Dormimos bem e acordamos tarde. Enquanto faziamos café o camping ia enchendo. Na nossa frente foi montada uma outra barraca Quechua T6.2 que ajudou a dificultar para os carros (e tome mais praga rogada pelos motoristas!). Eram duas famílias muito simpáticas, como a maioria dos campistas é. Do alto da minha inexperiência ainda ajudei um tiquinho na montagem da barraca, pois era a primeira vez que eles montavam também.
Nesse dia
passeamos a pé com Luiza, nossa filha de um ano e quatro meses, que
brincou muito com a branca de neve e os anões que ficam na área da
gruta.
A gruta em si é bem pequena. A falta de educação das
pessoas fez com que fosse preciso limitar o acesso a uma pequena
extensão da gruta até terminar em uma porta de ferro para evitar a
degradação do lugar por vandalismo.
A parte externa da gruta tem
uma natureza exuberante, um visual muito bonito.
Em contraste, a interferência do
homem rendeu um ar de decadência no entorno: uma lanchonete
abandonada com bancos que remetem à década de 70, um monjolo com
uma destoante estátua de sapo cantante num ambiente escuro, a branca de neve
rodeada por sete anões de jardim com estilos variados e que as
pessoas insistem em brincar deixando latas e garrafas vazias como se
eles bebessem, bancos de granito da década de 50, o chuveirão de
água mineral cheio de marcas da idade (ferrugem na placa e no próprio
chuveiro), alguns brinquedos assustadores para as crianças (roda
gigante e navio pirata acionados com a força humana, uma gangorra
que também gira, balanços pesados). Acho que muita gente já se
machucou ali. Mas esse ar decadente não incomodou, só me fez
imaginar as histórias que já aconteceram lá quando aquilo tudo era
novo.
Há uma
bela (e também decadente) roda de água que, segundo o dono do
camping, aciona uma bomba que leva água até as caixas que abastecem
o local. Todas as torneiras fornecem água mineral. A
vazão da fonte é de 10.000 litros de água por hora, ainda segundo o dono,
que também me contou como a especulação imobiliária afetou a
região. A construção de um condomínio vizinho acabou afetando o
lençol freático e três cachoeiras deixaram de existir. O dano
estava tão grande que a construção foi proibida e interditada pelo
ministério público. Podemos ver a portaria deste condomínio
fechada antes de entrar no camping.
Voltando
ao relato, no retorno do passeio encontramos o vizinho da mansão,
que puxou papo por causa do Elton John da noite anterior e me
apresentou a mais um novo colega pra sempre de camping. O vizinho da
mansão é o Osnir Junior e o novo colega é o Abílio. Marcamos um
churrasco para o dia seguinte.
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